Saturday, November 28, 2015

O BLOG AMIGO DA SEMANA É O "REVISTAS DE TELENOVELA", COM VELHAS REVISTAS EM PDF



No início, haviam as radionovelas, que reinaram absolutas em todos os cantos do mundo do início do Século 20 até a Segunda Guerra Mundial.

Foi por volta dos Anos 40, na Itália, que surgiram as primeiras revistas de fotonovela, com muitas daquelas mesmas histórias  encenadas no rádio adaptadas e reencenadas, só que agora com imagens em preto e branco.

No Brasil, as fotonovelas surgiram nos Anos 50, um pouco antes do surgimento das novelas de TV. 

E então, já nos nos 60, as fotonovelas italianas perderam a canastrice, se sofisticaram e ganharam popularidade aqui no Brasil através das revistas ENCANTO, CAPRICHO e GRANDE HOTEL.


GRANDE HOTEL foi a primeira revista de fotonovelas a apostar em produção nacional, com os ídolos pop da época: Roberto e Erasmo Carlos, Wanderléa, Martinha, Eduardo Araújo e Silvinha. 

Como não era necessário ser ator para fazer fotonovelas -- bastava ser bem apessoado --, qualquer celebridade estaria, em princípio, apta a participar.

O sucesso das fotonovelas era tamanho que, durante a década de 1970, mais de 20 títulos diferentes do gênero circulavam mensalmente nas bancas de revistas do Brasil.

De 1980 para cá, no entanto, o gênero entrou em franca decadência, e hoje não existe mais nenhuma daquelas revistas sendo editada por aqui.


No blog REVISTAS DE FOTONOVELA, você pode acessar antigas edições em PDF de sua revista de fotonovelas favorita, através de downloads gratuitos.

Na medida em que os direitos autorais dessas revistas caducaram há muitos e muitos anos, e não correm o menor risco de ser renovados, fique tranquilo: você não estará cometendo nenhuma cyber-infração fazendo download desses arquivos PDF.

Assim, divirta-se e faça bons downloads.



Acesse o blog 
REVISTAS DE FOTONOVELA
AQUI 


POEMINHA DE DOMINGO (por Ana Cristina Cesar)



É MUITO CLARO
Ana Cristina Cesar



é muito claro 
amor 
bateu 
para ficar 
nesta varanda descoberta 
a anoitecer sobre a cidade 
em construção 
sobre a pequena constrição 
no teu peito 
angústia de felicidade 
luzes de automóveis 
riscando o tempo 
canteiros de obras 
em repouso 
recuo súbito da trama




Ana Cristina Cesar nasceu em 1952, 
na cidade do Rio de Janeiro. 
Foi criada entre Niterói, 
Copacabana e os jardins do velho Bennet. 
Depois de suas primeiras viagens pelo mundo, 
deu aulas, traduziu, fez letras, 
escreveu para revistas e jornais alternativos, 
saiu na antologia "26 Poetas Hoje", 
de Heloísa Buarque de Hollanda, 
e lançou seus primeiros livros 
em edições independentes: 
"Cenas de Abril" e "Correspondência Completa". 
Dez anos depois, fez um M.A. 
em tradução literária em Londres 
e editou "Luvas de Pelica". 
Ao retornar, trabalhou em jornalismo, 
televisão e escreveu "A Teus Pés" 
(Editora Brasiliense, 1982). 
Ana Cristina César suicidou-se em Copacabana 
no dia 29 de outubro de 1983.


A IMAGEM DA SEMANA: O LÍDER DO GOVERNO NO SENADO EM CANA E O GOVERNO SEM NORTE




26 de Novembro de 2015

Um dia após sua prisão 
pela Polícia Federal, 
a bancada do senador 
Delcídio Amaral (PT-MS) 
fica vazia no plenário 
do Senado em Brasília (DF) 

foto: Antonio Cruz - Agência Brasil




MAURO HECTOR COMES ALIVE AND KICKIN' HOJE 18 HORAS COMEDORIA DO SESC-SANTOS


"Gostaria de convidar a todos 
para o lançamento do meu quarto CD 
"Live in Santos", domingo, 29 de Novembro, 
na Comedoria do Sesc-Santos, às 18 horas.
Com Glécio Nascimento no baixo 
e Alexandre Faccas na bateria,
Venha curtir e dar um apoio à Música 
feita no Brasil e em Santos! 
Vamos lotar o Sesc ! 
Muito Obrigado!! 
Abraços, Mauro Hector"


QUE SAUDADE DE COMER ESFIHAS NO MEIO DA MADRUGADA NA PASTELARIA INDEPENDÊNCIA!




Quem era vivo nos Anos 70, 80 e 90 em Santos, com certeza lembra com carinho da Pastelaria Independência. 

Localizada no coração do Gonzaga, onde hoje funciona uma loja de 1.99, a Pastelaria Independência era a única casa de comida ligeira da região que permanecia aberta e funcionando a todo vapor a madrugada inteira.

Era muito comum na época sair de shows, de bailes, ou mesmo das boites no Centro da Cidade no meio da madrugada e, ao invés de seguir direto para casa, dar uma paradinha na Pastelaria Independência para comer alguma coisa antes de dormir. Ao contrário do que muita gente comentava, a casa era limpa, e não costumava ter problemas com a Saúde Pública. 

Não havia nada de especial nos pastéis da Pastelaria Independência. Vinham nos quatro tipos tradicionais: carne, queijo, palmito e camarão. O sabor seguia o padrão de todas as pastelarias, provavelmente a partir de uma receita distribuída por algum SEBRAE para chineses recém-desembarcados aqui.

Mas se os pastéis era comuns e sem diferenciais, as "esfihas orientais" que eles serviam alí eram realmente especiais. Suculentas, com a massa sempre crocante, estavam sempre quentinhas, pois saíam fornadas delas durante toda a madrugada.


Depois que a Pastelaria Independência fechou, o Gonzaga virou uma espécie de cidade fantasma depois das 22 horas, o que foi uma pena. O fim de noite na cidade perdeu muito de sua graça. As únicas opções disponíveis passaram a ser os quiosques de sanduíches na praia, quase todos com sanduíches nogentos e nada recomendáves.

Eu confesso que procurei durante um bom tempo alguma outra pastelaria que servisse "esfihas orientais" com sabor semelhante às da Pastelaria Independência, mas não achei. A que mais se aproxima dela é a servida na pastelaria ao lado da Livraria Realejo. Mas não é a mesma coisa, infelizmente.

Daí, resolvi buscar a receita da "esfiha oriental" para fazer eu mesmo em casa. É muito simples.

MASSA
1 quilo de farinha de trigo 
2 xicaras pequenas de óleo 
1 colher de sal 
2 colheres de açúcar 
100g de fermento de pão (ou um envelope) 
 1/2 litro de leite morno 
2 gemas
RECHEIO
 1 quilo e meio de carne moida 
1/2 colher de sal 
2 tomates picados sem pele e sem sementes 
1 cebola grande bem picada 
1 xicara pequena de azeite de oliva 

Numa tigela, adiciono os liquidos. Incluo o fermento previamente diluido em pouco de leite morno. Adiciono então a farinha de trigo até que fique uma massa mole, e então aguardo 15 minutos, até que fermento comece a levedar. Espalho o restante da farinha sobre a mesa e despejo a massa levedada sobre ela. Começo a manipular a massa até que ela se solte das mãos. Faço bolinhas e em seguida começo a abri-las em círculos grandes, com 10 cm de diâmetro. 

Misturo numa tigela grande todos os ingredientes do recheio e, a seguir, com uma colher grande, adiciono o receio bem no centro do círcula de massa. 

Para finalizar, dobro as massas circulares em três partes com o recheio dentro, aperto bem para que elas não liberem o liquido do tomate no forno, e coloco a esfiha com a borda para baixo na assadeira. Levo ao forno pré-aquecido a 180 graus por 20 minutos e voilà!


Essa receita rende de 40 a 50 "esfihas orientais".

Recomendo fazer durante a madrugada para os amigos recém saídos da balada, numa homenagem à boa, velha e saudosa Pastelaria Independência.


Chico Marques 
é meio gourmet 
e meio gourmand, 
mas é antes de tudo 
um comilão inveterado.



RANDY NEWMAN, O MENINO MALUQUINHO DAS TRILHAS DE CINEMA, COMPLETA 72 ANOS.

por Chico Marques


Randy Newman é uma das figuras mais ímpares e mais intrigantes da cena musical americana em todos os tempos, Nascido numa família de grandes compositores e arranjadores de Hollywood, Randy sempre quis seguir caminhos musicais diferentes dos de seus tios. Passou a perseguir um conceito completamente original de compor canções pop, que fosse diferente de tudo o que já tivesse sido feito até então. E achou. Logo, suas canções passaram a ser disputadas por vários cantores e cantoras com base em Los Angeles, como Gene Pitney, Petula Clark, Dusty Springfield, Jackie DeShannon e Eric Burdon. Sua carreira solo começou para valer em 1968, quando foi contratado pela Reprise Records, dando início a uma série de discos deliciosamente estranhos, verdadeiras anomalias pop, com canções sempre narradas em primeira pessoa por personagens inusitados que ele criava. O resultado disso eram pequenas obras primas como "Political Science", "Simon Smith & The Amazing Dancing Bear", "Guilty" e "Sigmund Freud's Impersonation Of Albert Einstein in America".


Depois de passar toda a década de 1970 totalmente imerso em seus idiossincráticos projetos solo, Randy recebeu em 1991 um convite para compor a trilha sonora para "Ragtime", filme de Milos Forman, e decidiu aceitar o desafio. O resultado final foi um triunfo artístico magnífico, que rendeu logo de cara duas indicações ao Oscar, transformando-se num dos álbuns de trilha sonora mais vendidos dos Anos 80. A partir daí, Randy nunca mais parou de compor trilhas sonoras -- algumas soberbas, como as dos filmes "The Natural", de Barry Levinson, "Parenthood", de Ron Howard e "The Three Amigos", de John Landis. Com o passar do tempo, passou a se especializar em trilhas e canções para filmes de animação, descobrindo nas crianças um público perfeito para suas canções estranhas e divertidas. Tornou-se responsável primeiro pelas trilhas dos filmes de animação da Dreamworks, e depois pelas trilhas dos filmes da Pixar. Já recebeu mais de 20 indicações ao Oscar, mas ganhou apenas duas estatuetas até agora -- por conta de "Monsters Inc.", em 2011. Randy ganhou prêmios também por "It's A Jungle Out There", canção tema do seriado de TV "Monk". É um artista espetacular, e muito divertido. Sempre foi.



Em 2000, Randy virou personagem de uma peça musical do prestigiado grupo teatral  South Coast Repertory. A peça se chamava "The Miseducation Of Randy Newman", e contava sua história de vida com suas canções clássicas mescladas com canções novas escritas especialmente para o espetáculo. Que, por sua vez, ficou em cartaz por mais de um ano em Los Angeles, para depois seguir em tournée pela América. Em 2010, uma outra peça musical chamada "Harps & Angels", novamente mesclando velhas e novas canções, mas dessa vez repleta de personagens inspirados por essas canções, ficou em cartaz por vários meses no Mark Taper Forum, em Los Angeles. Falta a Broadway descobrir Randy Newman. Se bem que Randy Newman e Broadway são coisas que, aparentemente, não combinam.



Aos 72 anos de idade, Randy é um artista completo. Plenamente realizado. De tempos em tempos, lança um novo disco com sua lavra recente de canções adultas, mesmo sabendo que as vendagens nunca serão muito expressivas. Para comemorar seu aniversário, reunimos os 5 filmes que contém suas trilhas mais originais. Todos eles, claro, facilmente localizáveis nas estantes da Vídeo Paradiso.





NA ÉPOCA DO RAGTIME
(Ragtime, 1981, 155 min, direção Milos Forman)
São várias tramas paralelas, montando um fantástico painel que retrata o início do Século XX na América. A belíssima corista Evelyn Nesbit (Elizabeth McGovern) se casa com um milionário, Harry K. Thaw (Robert Joy), que ensandecido quando descobre que Stanford White (Norman Mailer), um arquiteto responsável por uma estátua nua que está exposta em local público, usou sua mulher como modelo. Desesperado de ciúmes, decide matar o arquiteto. Paralelo a isso, Tateh (Mandy Patinkin), um ex-aristocrata russo, se reinventa como diretor de cinema para tentar salvar seu casamento, e seu cunhado se envolve com a vedete Evelyn. Para completar, temos o drama contundente de um pianista de bar, Coalhouse Walker Jr., que é desrespeitado por bombeiros e por policiais no caminho do seu trabalho em New Orleans. Inconformado, tenta de todas as maneiras lutar por leis de igualdade entre as raças. Mas quando sua mulher vai pedir ajuda num comício do vice-presidente da República e morre espancada por um dos guardas, Walker decide fazer justiça com as próprias mãos. E enfrenta a ira do Chefe de Polícia racista Rhinelander Waldo (James Cagney). Um dos melhores filmes americanos do Século 20. E a trilha, magnífica, é de Randy Newman.
UM HOMEM FORA DE SÉRIE
(The Natural, 1984, 134 min, direção Barry Levinson)
No início do século XX, Roy Hobbs é uma criança que vive numa fazenda e possui um imenso talento natural para o baseball. Ele mesmo faz seu taco com a madeira de uma árvore atingida por um raio, no qual grava a inscrição "Wonderboy" ao lado do desenho do raio. Quando seu pai morre subitamente, Roy (Robert Redford) resolve air jogar baseball entre os profissionais. Despede-se da vizinha adolescente Iris Gaines (Glen Close), dizendo que voltará para buscá-la e se casarem. Mas em 1923, com dezenove anos de idade, jogando no Chicago Cubs, sua vida muda quando ele se envolve com a bela e misteriosa Harriet Bird (Kim Basinger), e acaba sendo vítima de um tiro disparado por uma ex-namorada ciumenta (Barbara Hershey) que o deixa entre a vida e a morte, incapacitado fisicamente de voltar a jogar. Então, dezesseis anos depois, em 1939, Roy reaparece misteriosamente na Primeira Divisão de Baseball, jogando no time do New York Knights. Ninguém sabe sua história e o treinador o acha muito velho para iniciar uma carreira numa equipe profissional. Aos poucos, Roy demonstra seu imenso talento para o jogo e fica próximo de realizar o seu sonho de criança: o de ser uma lenda do baseball. Claro que os problemas que o mantiveram afastado durante tantos anos acabam retornando. mas com o apoio de antiga namorada Iris, ele consegue chegar onde pretende. Baseado no belíssimo romance de estreia de Bernard Malamud, com uma trilha sonora grandiloquente e inesquecível de Randy Newman.
O TIRO QUE NÃO SAIU PELA CULATRA
(Parenthood, 1989, 124 min, direção Ron Howard)
Os Buckman formam uma família moderna, encarando o dilema de como educar os filhos no caminho certo. No meio da tempestade está Gil (Steve Martin), que luta para manter seu senso de humor único enquanto tenta conservar uma carreira de sucesso e ser um marido e pai amoroso ao mesmo tempo. Simultaneamente, Gil e o resto dos Buckman descobrem que ser uma família perfeita quase sempre quer dizer 'deixe as crianças seguirem seu caminho'. Mary Steenburgen, Rick Moranis. Tom Hulce, Jason Robards e Dianne Wiest adicionam interpretações vibrantes a esta comédia deliciosa e cativante. Um dos melhores e mais despretenciosos filmes de Ron Howard. A trilha de Randy Newman é muito delicada, e a canção "I Love To See You Smile", composta de cantada por ele, é uma pequena obra prima.
TEMPO DE DESPERTAR
(Awakenings, 1990, 121 min, direção Penny Marshall)
Bronx, 1969. Malcolm Sayer (Robin Williams) é um neurologista que conseguiu emprego em um hospital psiquiátrico. Lá ele encontra vários pacientes que aparentemente estão catatônicos, mas Sayer sente que eles estão só "adormecidos" e que se forem medicados da maneira certa poderão ser despertados. Assim pesquisa bem o assunto e chega à conclusão de que a L-DOPA, uma nova droga que já estava sendo usada para pacientes com o Mal de Parkinson, deve ser o medicamento ideal para este casos. No entanto, ao levar o assunto para o diretor, ele autoriza que apenas um paciente seja submetido ao tratamento. Imediatamente Sayer escolhe Leonard Lowe (Robert De Niro), que há décadas estava "adormecido". Gradualmente Lowe se recupera e isto encoraja Sayer em administrar L-DOPA nos outros pacientes, sob sua supervisão. Logo os pacientes mostram sinais de melhora e também mostram-se ansiosos em recuperar o tempo perdido. Mas, infelizmente, Lowe começa a apresentar estranhos e perigosos efeitos colaterais.
TRÊS AMIGOS!
(The Three Amigos, 1986, 115 minutos, direção John Landis)
Carmem (Patrice Martinez) pede ajuda a um trio de atores desempregados e descartados por Hollywood -- Lucky (Steve Martin), Dusty (Chevy Chase) e Ned (Martin Short) --, que ainda são populares no México, para ajudar o povo do vilarejo de Santo Poco a combater a um grupo de forasteiros fora da lei que pretende matar todos os homens e estuprar todas as mulheres. Os três atores, habituados a um mundo irreal, atendem ao chamado achando estarem em meio a um filme. O que acontece daí para a frente é um desafio para qualquer sinopse. Um clássico de John Landis, certamente seu filme mais cultuado, e também o que melhor resistiu ao tempo. O roteiro é de Landis com Steve Martin e o compositor da trilha sonora -- divertidíssima! -- é Randy Newman.

ECOS DA BOA E VELHA INGLATERRA NA DÉCIMA EDIÇÃO DA REVISTA GUAIAÓ

por Chico Marques


Todo editor que se aventure num projeto de revista -- ainda mais uma revista sem subvenção de espécie alguma -- sabe que a chance do projeto morrer de asfixia no terceiro número é altíssima. Mas sabe também que, se conseguir sobreviver ao terceiro número, as chances do projeto perdurar indefinidamente são enormes.

A Revista Guaiaó, editada pelo fotógrafo Marcus Piffer, parece estar vivendo esse momento. Chegou bravamente em 2012, reuniu um grupo fixo de colaboradores em torno de edições temáticas e, com isso, disse rapidamente a que veio, afirmando-se como uma revista com a cara de Santos e ostentando um requinte visual que nenhuma outra revista santista jamais sonhou ter.


O tema da nova edição da revista -- que tem lançamento programado para este sábado, às 18 horas, no Baxter's Bar do Clube dos Ingleses -- é "Ecos Britânicos".

A idéia é investigar os rastros e influências que a presença inglesa deixou na região, principalmente na cidade de Santos. 

Muitos traços dessa presença permanecem visíveis no dia a dia da cidade, como o Clube dos Ingleses, o antigas instalações da Cia. Light, os bondes, a Estação do Valongo (inspirada na Victoria Station londrina) e, claro, o football, que aqui virou futebol.

Quem conta essa história é Søren Knudsen, um obcecado pelo tema.


E por falar em football, ou futebol, essa edição da Guaiaó traz uma entrevista de Marcus Vinícus Batista com John Mills, biógrafo oficial do Charles Miller.

Traz também um texto muito divertido e espirituoso de José Roberto Torero sobre como teria sido o primeiro jogo de futebol realizado por aqui, com desenhos de Paulo Von Poser.


E não é só isso. 

Vários outros ecos britânicos estarão ressoando pelas dependências do Clube dos Ingleses neste sábado.

A Guaiaó preparou uma exposição com os ensaios fotográficos das musas temáticas das dez edições da revista, que promete dar um tom retrospectivo à festa.

Desta que, diga-se de passagem, ainda irá contar com um pocket-show de talentoso Cacá Baskerville. 



Na compra de um exemplar de Guaiaó (R$ 20,00), você ganha uma dose de whisky escocês no Baxter's Bar do Clube dos Ingleses.

Venha buscar a décima edição de Guaiaó neste sábado.

Veja logo abaixo o convite gentil do editor da Guaiaó, Marcus Piffer




LEVA UM CASAQUINHO saúda a boa e velha Inglaterra e deseja boa sorte a Marcus Piffer em mais essa empreitada.

Congratulations, Guaiaó.

Congratulations, Santos.






"O ÚLTIMO CINE DRIVE-IN" NÃO É "A ÚLTIMA SESSÃO DE CINEMA", MAS MERECE SER VISTO

por Chico Marques 
para BLACK & WHITE IN COLOUR


Quando rodou A ÚLTIMA SESSÃO DE CINEMA em 1969, Peter Bogdanovich mergulhou na alma dilacerada de uma esquecida cidadezinha do Texas que vê sua história e seus valores desaparecendo e sendo substituídos por coisa alguma. Toda a aridez das imagens fica ainda mais intensa na fotografia em preto e branco utilizada no filme. Todo o desespero existencial dos que permanecem por lá entra numa dolorida contagem regressiva para o fechamento da única sala de cinema da cidade -- que guarda todos os sonhos não-realizados e todas as aspirações daquela pequena população. É um filme magnífico.

Pois agora tentem imaginar A ÚLTIMA SESSÃO DE CINEMA dirigido não por Peter Bogdanovich, mas por algum fã ardoroso de Michelangelo Antonioni ou Wim Wenders. Transfiram a ação do interior do Texas para Brasília. Pronto: você já tem uma idéia preliminar do que vai ver em O ÚLTIMO CINE DRIVE-IN.



A história é mais ou menos assim: um jovem chamado Marlombrando (sic), que está solto pelo mundo, se vê obrigado a voltar a Brasília, sua cidade de natal, pois sua mãe, Fátima, muito está doente.

 Em Brasília ele reencontra seu pai, Almeida, dono do único Drive-in da cidade há 37 anos. 

Almeida insiste em manter o cinema funcionando, mesmo não atraindo mais as legiões de frequentadores que lotavam a casa décadas atrás. 

Conta com a ajuda de apenas dois funcionários: Paula, que cuida da projeção e da lanchonete, e José, que vende ingressos e faz a limpeza do local. 

Com a ameaça de desapropriação do Drive-in e o agravamento da doença de Fátima, pai e filho vão ter que achar uma saída para suas vidas.



O problema de O ÚLTIMO CINE DRIVE-IN é que todos esses personagens seguem por um vazio afetivo que só encontra algum refresco existencial na tela do cinema. 

Suas vidas são tão áridas quanto o clima de Brasília, e suas perpectivas para o futuro tão duvidosas quanto o cinema que insistem em manter funcionando, mesmo que no vermelho. 

Os silêncios são eloquentes. Os diálogos, propositadamente desencontrados. Cada um dos personagens parece estar protagonizando um filme diferente. Ninguém se entende.


Vários críticos apressados que viram o filme no Festival de Gramado fizeram analogias entre O ÚLTIMO CINE DRIVE-IN e CINEMA PARADISO, que, além de apressadas, são totalmente descabidas. 

Não estamos diante de é um filme emotivo, eloquente, e sim de um filme em tom menor. 

O que vemos na tela é um rito de passagem, que oscila entre a nostalgia e o desalento, e que os personagens da história custam a perceber ser um divisor de águas na vida deles todos.



Eu confesso que me irrita um pouco certas antonionices que pontuam o filme. Não vejo sentido em tantos climas vagos criando mais e mais indefinições na história e no perfil dos personagens, que às vezes aceitam bem a alternância da vida, outras vezes se rebelam contra as mudanças. 

Acredito que um diretor mais experiente que Iberê Carvalho -- este é seu primeiro longa metragem -- teria deixado a trama crescer de uma forma mais orgânica e menos confusa. O resultado final não chega a ser um desastroso, mas podia ser muito melhor resolvido.

Daí, resta elogiar o trabalho dos atores, principalmente Othon Bastos, que cria um personagem denso, intenso, complexo e fascinante. E que, de certa forma, dá o norte para todo o resto do elenco, graças a seu magnetismo pessoal e talento inegável.



O ÚLTIMO CINE DRIVE-IN tem chances de fazer bonito em festivais de filmes independentes no exterior. 

É um filme curioso e incomum, que certamente teria mais chances com um roteiro melhor e uma direção mais firme. Tem poesia de sobra no olhar de Othon Bastos, e poesia de menos no filme. 

Um detalhe: as externas do filme foram todas rodadas num Drive-In próximo ao Autódromo de Brasília, que existe de verdade há mais de 40 anos.

Vale a pena assistir O ÚLTIMO CINE DRIVE-IN. 

Só não espere demais do filme, para não se decepcionar.


 O ÚLTIMO CINE DRIVE-IN
(2014 - 100 minutos) 

Direção
Iberê Carvalho

Elenco
Othon Bastos
Breno Nina
Fernanda Rocha